quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Sentir o mar






Junto do mar, que erguia gravemente 
A trágica voz rouca, enquanto o vento 
Passava como o vôo do pensamento 
Que busca e hesita, inquieto e intermitente, 

Junto do mar sentei-me tristemente, 
Olhando o céu pesado e nevoento, 
E interroguei, cismando, esse lamento 
Que saía das coisas, vagamente... 

Que inquieto desejo vos tortura, 
Seres elementares, força obscura? 
Em volta de que idéia gravitais? 

Mas na imensa extensão, onde se esconde 
O Inconsciente imortal, só me responde 
Um bramido, um queixume, e nada mais... 

Antero de Quental, in "Sonetos" 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Parque Terra Nostra






O Parque Terra Nostra é um jardim botânico português localizado no Vale das Furnas, concelho da Povoação, ilha de São Miguel, aquipélago dos Açores.

Este parque encerra uma das maiores colecções do mundo de camélias, tendo mais de 600 genros diferente e também a maior colecção da Europa de Cicas.

A fundação deste jardim botânico recua a 1780, quando o então Cônsul dos Estados Unidos na ilha de São Miguel, Thomas Hickling, mandou construir neste espaço a sua residência de Verão, então conhecida como Yankee Hall.

Foi no entanto em meados do século XIX que o jardim propriamente dito teve uma grande desenvolvimento, da área ocupada de dois hectares, por iniciativa dos seus sucessivos proprietários, fossem os Viscondes da Praia ou mais tarde a família Bensaude, aumentou gradualmente até ter uma dimensões bastante confortáveis.

Corria o ano de 1848 e depois de comprado pelo 1.º Visconde da Praia, Duarte Borges da Câmara e Medeiros, este parque veio a sentir o seu primeiro e grande aumento, neste altura foi feita a criação dos jardins de água e à plantação de alamedas sombrias e de canteiros de flores, bem como à substituição do Yankee Hall pela actual Casa do Parque que neste momento se encontra dedicada à hotelaria.

Foi em 1872, e já nas mãos do 2.º Visconde da Praia, António Borges de Medeiros Dias da Câmara e Sousa, que se deu o ordenamento do jardim, tendo-se nesta altura recorrido a especialistas, tanto portugueses como ingleses. Estes especialistas procederam à reconstrução do actual canal serpentiforme, das grutas, das avenidas de buxo, e, ainda, dos caminhos ladeados de laranjeiras, já desaparecidas.

Foi também sob o comando do 2º. Visconde que se procedeu ao plantio de parte significativa das árvores mais emblemáticas, que dominam as diversas áreas do Parque e que foram importadas, vindo algumas de zonas tão distantes e díspares como a América do Norte, a Austrália, a Nova Zelândia, a China e a África do Sul.

Decorriam os anos 30 do século XX, o Parque Terra Nostra, foi adquirido por Vasco Bensaude, que viu neste parque um complemento ao acabado de inaugura Hotel Terra Nostra. Nesta altura parque é de novo ampliado, alcançando a área de 12,5 Há que estão divididos por jardins e matas.

Foi Vasco Bensaude, pessoa possuidora de grandes conhecimentos em botânica e jardinagem, que manda então fazer a recuperação do Parque. Para isso dá a direcção do mesmo ao seu jardineiro de origem escocesa: John McEnroy.

Nesta altura são feitas obras de manutenção na Casa do Parque e na piscina de água férrea vulcânica e natural de cor castanha e cuja temperatura ronda os 25 graus, sendo a piscina forrada a pedra de cantaria e plantas novas plantas exóticas de forma a aumentar o número de espécies existentes.

Texto: Wikipédia


sábado, 28 de novembro de 2015

Todos os meus dias são um adeus


Fim - o que resta é sempre o princípio feliz de alguma coisa.

Agustina Bessa-Luís





quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Mar revolto


Uma Após Uma as Ondas Apressadas
Uma Após Uma 
Uma após uma as ondas apressadas 
Enrolam o seu verde movimento 
E chiam a alva 'spuma 
No moreno das praias. 

Uma após uma as nuvens vagarosas 
Rasgam o seu redondo movimento 
E o sol aquece o 'spaço 
Do ar entre as nuvens 'scassas. 

Indiferente a mim e eu a ela, 
A natureza deste dia calmo 
Furta pouco ao meu senso 
De se esvair o tempo. 

Só uma vaga pena inconsequente 
Pára um momento à porta da minha alma 
E após fitar-me um pouco 
Passa, a sorrir de nada. 

Ricardo Reis, in "Odes" 

Against the wall


Imagem captada na Ilha do Pico em Cais do Mourato - Enchente Poça Natural 

Mar!
Tinhas um nome que ninguém temia:
Eras um campo macio de lavrar
Ou qualquer sugestão que apetecia...
Mar!
Tinhas um choro de quem sofre tanto
Que não pode calar-se, nem gritar,
Nem aumentar nem sufocar o pranto...
Mar!
Fomos então a ti cheios de amor!
E o fingido lameiro, a soluçar,
Afogava o arado e o lavrador!
Mar!
Enganosa sereia rouca e triste!
Foste tu quem nos veio namorar,
E foste tu depois que nos traíste!
Mar!
E quando terá fim o sofrimento!
E quando deixará de nos tentar
O teu encantamento!

Miguel Torga.

sábado, 10 de outubro de 2015

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

quinta-feira, 16 de julho de 2015

quarta-feira, 15 de julho de 2015

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Despedida



Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já me não dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.

Fernando Pessoa

quinta-feira, 28 de maio de 2015

O Tempo Nao Para



Foto de minha autoria

Eu sei, que a vida tem pressa 
que tudo aconteça, 
sem que a gente peça,
Eu sei,
Eu sei, que o tempo não pára, 
tempo é coisa rara 
e a gente só repara, 
quando ele já passou

Não sei, se andei depressa demais
Mas sei que algum sorriso eu perdi
Vou pedir ao tempo, 
que me dê mais tempo 
para olhar para ti
De agora em diante, 
não serei distante
Eu vou estar aqui

Cantei, 
cantei a Saudade da minha cidade 
e até com vaidade, cantei
Andei, pelo Mundo fora 
e não via a hora 
de voltar para ti

Não sei, se andei depressa demais
Mas sei que algum sorriso eu perdi
Vou pedir ao tempo, 
que me dê mais tempo 
para olhar para ti
De agora em diante, 
não serei distante
Eu vou estar aqui

Música e letra / Music By: Miguel Gameiro
Arranjo musical / arranged by: Tiago Machad

sexta-feira, 8 de maio de 2015